Bom de ler isso, Ulisses. Vou esticar nas perguntas, então: é fácil este processo de se ouvir como se não fosse você mesmo? Foi um processo que precisou de treino? Eu sou extremamente crítico com meu próprio trabalho e isso me travou muitas vezes na vida profissional. A parte da gravação regular do próprio trabalho é importante pra mim também e confesso que me perdi um pouco nisso nos últimos tempos. Mas, por causa dessa minha auto crítica quase prejudicial, eu aprendi que só posso ouvir minhas próprias gravações depois de um tempo, com o ouvido mais "descansado" e não durante uma sessão de estudos que eu estou constantemente buscando alguns resultados melhores.

Me vem à cabeça um exemplo que eu acho bem interessante: Edu Lobo dá detalhes numa entrevista com o Nelson Faria no programa Um Café Lá em Casa de como ele sentiu a necessidade de ir buscar conhecimento depois de já ter uma carreira relativamente grande, já tenho vencido festivais da canção, gravado vários discos... Pela minha experiência no trabalho com música, estou sempre em busca de um equilíbrio entre a formação constante e a venda de si mesmo como produto. Em muitos momentos no passado já tive o pensamento de ficar esperando estar preparado. Pra mim funcionou melhor começar os meus trabalhos tanto com aulas como com shows e buscar o desenvolvimento de ambos enquanto eles aconteciam, ou seja, estudar enquanto tá vendendo o produto e fazendo o marketing.